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- O verdadeiro espetáculo estava guardado para um local pouco provável, com a chegada tardia, mas a tempo, do tão aguardado swell.
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A Liga MEO Surf regressou este fim-de-semana à água, com aquele que foi o regresso das provas de surf a nível mundial na era pós Covid-19. Uma ocasião marcante que culminou com um evento histórico, difícil mas recompensador. Foi muita a espera por ondas durante os três dias do Allianz Figueira Pro, mas no final tudo compensou graças à versatilidade da Figueira da Foz e a um diamante que poucos conheciam.
Desde todas as medidas de segurança estritamente impostas desde o primeiro dia, que passaram, entre várias outras coisas, pela redução da estrutura e desaparecimento dos espaços sociais, à medição de temperatura à entrada do que restou da estrutura, assim como o uso obrigatório de máscara no perímetro da mesma, a todo o cuidado com os surfistas, que incluiu, por exemplo, a desinfeção das licras sempre que um surfista saía da água.
Depois, o resto ficou a cargo dos surfistas, que não se limitaram a dar o exemplo fora de água, mas também dentro de água, elevando o nível a um patamar poucas vezes visto. Mesmo sem ondas com potencial nos primeiros dias e com muitas surpresas em virtude disso, houve quem conseguiu mostrar bom ritmo em mar pequeno. Uma tarefa difícil, mas possível.
Contudo, o verdadeiro espetáculo estava guardado para um local pouco provável, com a chegada tardia, mas a tempo, do tão aguardado swell. Foram duas a três horas, antes da maré encher e dificultar a vida aos surfistas, de surf de nível internacional. Os tops nacionais não tiveram medo de atacar as pesadas junções, brilharam várias vezes em picos duplos e pincelaram a competição com alto nível de execução técnica.
É certo que muitos já ouviram o nome do spot alternativo que acolheu durante largas horas uma ainda mais reduzida estrutura de prova, mas por respeito aos locais não o vamos repetir mais vezes. É que poucas vezes vimos provas do WQS, por exemplo, com ondas de tanta qualidade. Claro que os surfistas também têm a sua quota de responsabilidade no espetáculo, mas há que agradecer a simpatia de um spot com uma beleza única e mágica.
À parte disso, vimos os melhores surfistas a surfar melhor que nunca, muito por culta da presença de um inexcedível Frederico Morais, que só ajuda a elevar o nível dos restantes. Nas mulheres Teresa voltou a mostrar todo o seu potencial. E vimos ainda os mais jovens a darem um sinal de afirmação perante os mais experientes. Afonso Antunes, Joaquim Chaves, Kika Veselko, Guilherme Ribeiro e seus pares disseram presente e mostraram que estão prontos para atacar os pódios.
De resto, foi pena apenas que durante esse período em que o surf foi exemplarmente representado, sobretudo durante a ronda 3 masculina, a transmissão tenha sido feito com algumas limitações, fruto da indecisão provocada pela falta de ondas e de um swell que tardava em entrar no Cabedelo, ou que nem sequer tenha existido. É que, the last but not the least, atrás do ecrã o Allianz Figueira Pro também foi histórico, pois assistiu ao regresso do decano do surf Nuno Jonet às transmissões do melhor surf nacional.
Foram três dias bem longos, com muita espera e indecisão às mistura, com momentos que podem ter sido frustrantes para os atletas, mas que no final – e é sempre o fim que conta para memória futura – se traduziu numa verdadeira festa do surf nacional. Um verdadeiro exemplo para o regresso, aos poucos, à normalidade.
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FotografiaJorge Matreno/ANSurfistas
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FonteRedação
