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Gatien Delahaye é um dos membros da tropa francesa que atualmente compete no muito competitivo circuito Challenger Series. Faz parte da aguerrida armada que engloba nomes como Timothe Bisso, Jorgann Couzinet ou Maxime Huscenot, atual campeão europeu da World Surf League (WSL).

Todos eles são guerreiros do circuito mundial de qualificação da WSL e tentam colocar a França na lista de nações representada no Championship Tour (CT) masculino. Essa situação deixou de ser uma realidade em 2022 com a saída de cena dos decanos Michel Bourez e Jeremy Flores. Se no CT feminino, Johanne Defay tem colocado a bandeira gaulesa bem lá no alto, no capítulo masculino a França está órfã, neste momento.

Nesta fase, três etapas já foram realizadas na edição de 2022 da Challenger Series. Apesar de ainda estarmos na primeira metade da campanha, a verdade é que candeia que vai à frente alumia duas vezes.

Por isso, nas 12 primeiras posições do ranking masculino, aquelas que dão direito a qualificação para o CT do próximo ano, a França coloca neste momento três surfistas nesse lote. Só a Austrália consegue melhor, com quatro competidores.

Um desses elementos que representa o país do hexágono é precisamente Gatien Delahaye. Originário do território ultramarino de Guadalupe, Gatien meteu-se na luta após o sensacional resultado alcançado no Ballito Pro, no qual foi o melhor europeu. Uma performance que fê-lo ganhar 81 posições no ranking de uma assentada. Passou da 90ª posição para o 9º posto da tabela classificativa.

Para isso, o surfista de 25 anos teve de chegar à final do campeonato disputado no difícil mar de Willard Beach. Só foi suplantado pelo super Rio Waida. Todo um resultado que ganha maior relevo se tivermos em conta que Delahaye vinha de um arranque desastrado neste circuito, onde compete pelo segundo ano consecutivo. Na perna australiana (Snapper Rocks e Sydney), averbou duas derrotas de primeira. 

"Tive dois resultados chocantes no início deste circuito. Por isso, tive de fazer reset e abordar este campeonato com um outro mindset. Encarei a prova como se fosse o free surf, que é a altura em que consigo surfar melhor. Fiz isso durante todo o evento", confidenciou o surfista francês em comunicado oficial da WSL.

Com três resultados de oito a saltarem fora nas contas finais, o de Guadalupe sabia que era preciso um resultado forte na África do Sul. Em boa-hora, Gatien voltou a recuperar as melhores sensações com a licra vestida, mostrando a melhor versão do seu surf, aquela que na primavera do hemisfério norte permitiu estar em altas durante o QS regional europeu de 2021/2022. Naqueles eventos, disputados em Portugal e Israel, obteve dois vice-campeonatos (Netanya e Santa Cruz), enquanto nas ondas da Caparica alcançou a terceira posição. Com a particularidade de ter sido derrotado pelo brasileiro Lucas Silveira em duas destas três provas.

Toda uma consistência assinalável que permitiu a Gatien Delahaye apurar-se com distinção para o circuito Challenger Series de 2022. Talvez por este arranque tão madrasto na Austrália, Gatien mostrou-se profundamente orgulhoso do seu desempenho no Ballito Pro, afirmando mesmo após a presença na final: "Este foi o melhor dia da minha vida. Estou muito feliz", não obstante ter saído da água derrotado.

Afinal, este é o seu melhor resultado da carreira até ao momento num evento com tão grande estatuto no universo da WSL. Por vezes, são momentos como estes que representam um clique para algo de muito grandioso. 

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