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  • Um “reforço” neerlandês no QS com carimbo sul-africano
    30 agosto 2022
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  • Experiente surfista tem estado em destaque nos mais recentes campeonatos, conseguindo um 5.º posto em Anglet.
  • Foram 9 temporadas consecutivas com presença fixa no top 100 do WQS, muitas vezes dentro do top 50. Beyrick de Vries foi um dos nomes mais proeminentes da armada sul-africana no ataque ao sonho de chegar ao circuito mundial. Contudo, a recente mudança no formato de qualificação, com a introdução das Challenger Series, onde marcou presença na edição inaugural, também trouxe uma grande novidade na carreira de Beyrick de Vries. Atualmente, o experiente surfista nascido em Durban, há 29 anos, concentrou-se nas provas europeias. Na semana passada alcançou mesmo 5.º posto em Anglet. E, agora, com a bandeira neerlandesa aos ombros.

    O nome não deixa negar uma ligação familiar aos Países Baixos, com o característico “de”. Contudo, foi apenas recentemente que Beyrick de Vries decidiu optar por representar o país das Tulipas. Em 2021, em plena temporada de estreia das Challenger Series, onde terminou como 49.º do ranking, lançou uma campanha GouFundMe para alimentar o sonho olímpico, onde se propunha a ser o primeiro surfista neerlandês a fazê-lo. De Vries é, assim, o mais recente caso de mudança de bandeira sob pretexto olímpico.

    Já este ano tinha acontecido o mesmo com o brasileiro Jesse Mendes, que aproveitou as raízes italianas para deixar de representar o Brasil, onde tinha o caminho olímpico claramente tapado por surfistas de grande renome como Italo Ferreira, Filipe Toledo ou Gabriel Medina. No caso de Beyrick de Vries a concorrência não é assim tão forte na África do Sul, mas nem por isso o caminho não deixa de estar praticamente vetado. Isto se pensarmos que em 2023 os sul-africanos irão estar representados por Jordy Smith e Matthew McGillivray no CT, o que os deixa bem posicionados para alcançarem duas vagas pelo ranking mundial.

    Ora, dessa forma, Beyrick de Vries viu, aos 29 anos, na Europa a oportunidade ideal para alimentar o sonho. Isto porque em termos da bandeira dos Países Baixos praticamente não tem concorrência. Terá, obviamente de ser sempre um dos melhores europeus no Mundial ISA, o que não é fácil. Mas é bem diferente de representar um país já sem vagas disponíveis para os Jogos Olímpicos de Paris’2024.

    Mas a decisão de mudança de De Vries também acaba por beneficiá-lo em termos de Challenger Series, depois de não se ter qualificação para a presente temporada. Isto porque, ainda que mais acessível em termos de talento, as vagas no QS regional africano são inferiores às vagas disponíveis no QS europeu. Dessa forma, De Vries entrou disposto a atacar a qualificação europeia na temporada 2022/23, como comprovou a recente campanha no sudoeste francês.

    Aos quartos-de-final obtidos em Anglet, onde foi um dos surfistas em maior destaque no evento, parado apenas pelo francês e ex-top mundial Joan Duru, de Vries juntou ainda um 17.º posto em Lacanau. Antes disso, tinha feito a estreia em Newquay, onde passou despercebido, com um 33.º posto. Contas feitas, a antiga promessa sul-africana ocupa atualmente o 9.º posto do ranking europeu, ou seja, bem na zona da bolha de qualificação para as Challenger Series 2023.

    Talvez o surf dos Países Baixos não sonhasse tão cedo ter um representante nas Challenger Series e, quem sabe, nos Jogos Olímpicos, mas a verdade é que encontrou uma forma “rápida” de tentar conseguir esse feito. A pergunta que fica, mais do que se será Beyrick de Vries capaz de conseguir realizar esse desejo, é quem será o próximo surfista a trocar de bandeira em prol do sonho olímpico? Independente do nome, que o destino será o surf europeu parece ponto cada vez mais assente.

     

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