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África está perto de ter um novo país no CT e Ramzi Boukhiam é o responsável25 novembro 2022

- Depois da Indonésia, por intermédio de Rio Waida, agora é o surf africano que está à beira de viver algo inédito.
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No Haleiwa Challenger, cujo período de espera arranca este sábado, não é apenas o surf português que pode viver um momento inédito com a qualificação pela primeira vez de uma surfista lusa para o circuito mundial de surf, graças a Teresa Bonvalot.
O surf africano também está perto de viver algo estrondoso, mais concretamente ali para os lados de Marrocos. Depois da Indonésia por via de Rio Waida, um novo feito inédito pode concretizar-se nos próximos dias, que prometem ser de emoções fortes.
Caso Ramzi Boukhiam consiga o apuramento, torna-se no primeiro surfista de origem marroquina a aceder à elite mundial. Um ano depois do mesmo Ramzi ter colocado a bandeira do reino marroquino na estreia do surf nos Jogos Olímpicos, mega evento no qual também teve a honra de ser porta-estandarte.
Para conseguir tal gesta, que vai perdurar para a eternidade, Ramzi está muitíssimo bem posicionado. Depende em exclusivo de si, chegando à poderosa direita havaiana em posição de qualificação. Neste momento, Boukhiam ocupa o quarto posto do ranking masculino do circuito Challenger Series 2022. Acima de si, estão apenas os três surfistas que já carimbaram por antecipação o passaporte para o Dream Tour: Leo Fioravanti, o já mencionado Rio Waida e Ryan Callinan.
Subiu 10 posições após o último evento, onde roçou a surpresa diante de Gabriel Medina na final disputada no Maracaña do Surf. Contudo, mais uma vez, levou a melhor o surfista que roubou o título mundial júnior em 2013 a este filho de pai marroquino e mãe holandesa, que costuma visitar Portugal assiduamente.
Derrotas amargas à parte com Gabriel Medina, o local de Agadir parece dar-se muito bem com as ondas do Brasil. Em 2020, às portas do shut down por causa da pandemia, conquistou o então QS5000 realizado em Fernando de Noronha. Parecia embalado para atingir o CT, mas a pandemia colocou um travão a fundo nesse momentum.
Agora, mais de dois anos depois dessa vitória, o surfista de 29 anos brilhou em Saquarema, alcançando aquele que até ao momento é o seu melhor resultado internacional em provas da WSL ao mesmo tempo que deixou encaminhada a qualificação para o CT.
Em Haleiwa, Ramzi Boukhiam consegue automaticamente a qualificação para o CT 2023 caso pise os quartos-de-final. Se perder antes, ficará dependente de resultados de terceiros, ainda assim com excelentes hipóteses de conseguir o objetivo.
Este potencial encontro com a história do competidor africano está a gerar muita expectativa. Em entrevista concedida ao podcast de Dave Prodan, o antigo top mundial e comissário de competições da WSL, Travis Logie, falou sobre esta temática.
"Se conseguir a qualificação, evitará ser o melhor surfista que nunca conseguiu chegar ao CT. Definitivamente, o Ramzi está dentro do top 5 de melhores competidores do QS que não alcançaram o CT", entende Travis.
O responsável da WSL considera mesmo que "se não houvesse a alteração de sistema de qualificação, tanto Boukhiam como o Ian Gentil não estariam nesta posição, neste momento. Isso é 100% garantido".
Habitualmente com maior menção por causa do futebol, a seleção nacional está a disputar o Mundial no Qatar, ou pelos feitos no atletismo, modalidade que ofereceu grande parte das medalhas olímpicas, o reino de Marrocos tem na figura de Ramzi Boukhiam um dos desportistas do momento e um pioneiro, desbravando caminhos nunca antes percorridos. E a estrada está longe de chegar ao fim...
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